Amigos Espirituais

Não estamos sozinhos, Espíritos amigos acompanham nossos passos e atendem a nossas carências correspondendo a nossas vibrações”.
Bezerra de Menezes

Scheilla



Enfermeira na segunda guerra mundial, desencarnou em 1943 na cidade de Hamburgo, durante um bombardeio aéreo. Espírito de grande luz, dedicada ao trabalho de Jesus na terra, coordenadora do Grupo Espírita Scheilla.

Peixotinho, em Macaé-RJ, iniciou um trabalho de orações para as vítimas da Segunda Grande Guerra. Foi então que, de repente, chegou lá e se materializou um espírito chamado Rodolfo, que contou que era de uma família legitimamente espírita, morando na Alemanha. Ele teve que servir na guerra como oficial-médico e o pai dele, Dr. Fritz, muito reservado, educado, severo, muito autêntico, que passou muitas ideias humanitárias aos filhos, havia lhe dito:

– Matar nunca. Ao que Rodolfo respondeu:

– Pai, não é isso, vou servir como médico.

Pois bem, em certa ocasião, o Dr. Rodolfo foi chamado como oficial para integrar um pelotão de fuzilamento. Ele, então, disse:

– A minha missão é salvar, não matar. E, de acordo com o regulamento militar, ele passou a ser considerado criminoso, porque deixou de servir à pátria, pois a pátria pedia a ele que matasse alguém e ele se negou. Então, disseram-lhe:

– Já que você não vai executar esse homem, você vai ficar junto dele para morrer como um traidor. E ele foi fuzilado na mesma hora. A essa altura, manifestou-se (espiritualmente) ao pai e disse:

– Pai, já estou na outra dimensão da vida. Cumpri a palavra empenhada: não matei, preferi morrer. Para que não continuasse no ambiente de guerra, foi amparado espiritualmente aqui, no Grupo Espírita Pedro (Macaé-RJ).

 

Peixotinho, por ter sido militar, em razão justa, como espírita, tinha esse trabalho de preces em benefício das vítimas de guerra e pela paz. E esses fatos se deram no auge da Segunda Guerra Mundial, quase no final. Certo dia, Rodolfo (espírito) disse, assim, no Grupo de Oração do Peixotinho:

– Orem por minha irmã, ela está correndo perigo. E como a voz do alemão, através da voz direta por ectoplasmia, não era bem nítida, um sotaque carregado, a pronúncia do nome da sua irmã não saía boa, ao invés de Scheilla, saía Ceila. Passado alguns dias ele disse: 

– Minha irmã acabou de desencarnar. Foi vítima de bombardeio da aviação. Ela e meu pai desencarnaram. Dias depois, para agradável surpresa da equipe, materializou-se uma jovem loura e disse: 

– Eu sou Scheilla. Foi muita alegria! Os irmãos ficaram cheios de júbilos espirituais.

Tem-se notícias apenas de duas encarnações de Scheilla: uma na França, no século XVI, e a outra na Alemanha, onde desencarnou em 1943 (como Scheilla). Na existência francesa, chamou-se Joana Francisca Frémiot, nascida em Dijon, em 28/01/1572 e desencarnada em Moulins, em 13/12/1641. Ao entrar na história, ficou mais conhecida como Santa Joana de Chantal (canonizada em 1767) ou Baronesa de Chantal. Casou-se aos 20 anos com o barão de Chantal. Tendo muito cedo perdido seu marido, abandonou o mundo com seus 4 filhos, partilhando o seu tempo entre as orações, as obras piedosas e os seus deveres de mãe. Em 1604, tendo vindo a pregar em Dijon, o bispo de Genebra, S. Francisco de Salles, submeteu-se à sua direção espiritual. Fundaram em Annecy a congregação da Visitação de Maria (1610), que contava, à data de sua morte, com 87 conventos e, no primeiro século, com 6.500 religiosos. A baronesa de Chantal dirigiu, como superiora, de 1612 a 1619 a casa que havia fundado em Paris, no bairro de Santo Antônio. Em Paris, instalaram-se numa pequena casa alugada em um bairro pobre. Passaram por grandes necessidades, mas a Ordem da Visitação (de Paris) foi aumentando e superou as dificuldades. Em 1619, São Vicente de Paulo ficou como superior do Convento da Ordem da Visitação. Santa Joana de Chantal deixou o cargo de superiora da Ordem da Visitação e voltou a Annecy, onde ficava a casa-mãe da ordem. A Santa várias vezes tornou a ver São Vicente de Paulo, seu confessor e diretor espiritual.

Na sua última reencarnação esteve atuando como enfermeira em Hamburgo e desencarnou por força de um intenso bombardeio da Inglaterra sobre aquela cidade.

Dr. Ivon Costa



Nascido na Cidade de São Manuel – MG, hoje Eugenópolis, no dia 15 de julho de 1898 e desencarnado em Porto Alegre – RS, no dia 9 de janeiro de 1934, com apenas 35 anos de idade, Ivon Costa foi um dos mais notáveis conferencistas espíritas do Brasil, contribuindo decisivamente com sua palavra abalizada e esclarecedora no sentido de dinamizar a difusão da Doutrina Espírita, o que fez com fibra inquebrantável e verdadeiro engodo, é o responsável pelas atividades mediúnicas do GES.

Dotado de invejável dom de oratória e possuindo um magnetismo contagiante e uma voz privilegiada, arrebatava os auditórios com a força de sua argumentação. Foi seminarista, entretanto, quando faltavam apenas dezenove dias para a sua ordenação sacerdotal, constatou-se que ele não possuía certidão de batismo. Em face da confusão estabelecida, Ivon desistiu de seguir a carreira eclesiástica. Dirigiu-se, então, para o Rio de Janeiro onde estudou e se diplomou em Medicina. Era notável poliglota, falando perfeitamente o francês, o inglês, o alemão e o espanhol.

Atravessando, certa vez, uma fase difícil em sua vida, viu-se defronte de um centro espírita, onde se realizava uma reunião pública. Movido por estranho impulso adentrou a sede da instituição e ali ouviu os comentários sobre a Codificação Kardequiana. Ao retirar-se, estava transformado, pois havia encontrado a resposta a todas as suas indagações. Tornou-se espírita e iniciou logo as tarefas de pregador. Possuindo sólida bagagem intelectual e médium que era, destacava-se com raro brilhantismo na tribuna, mantendo, além disso, diálogo com os assistentes, a fim de esclarecer melhor os argumentos empregados nas conferências.

Não existe cidade importante do Brasil – à época – onde Ivon Costa não tenha efetuado palestras. Era um tribuno extraordinário, de largos recursos de lógica. Sabia abordar os temas com eloquência e brilho. Aceitava, frequentemente, discussões públicas, tendo mantido algumas cuja palma não coube ao adversário.

Percorreu também países da Europa, entre eles Portugal, Espanha, França, Holanda, Bélgica e Luxemburgo. Certa vez, ia falar em Maceió – AL, num teatro alugado, mas, pouco antes da conferência, o teatro foi fechado por ordem do bispo local. O público, inconformado com a atitude do clero, levou-o à praça, onde a palestra foi realizada. Em represália, os sinos da igreja repicaram e alguns fanáticos lhe atiraram pedras; porém, ele suportou tudo com estoicismo e verdadeiro espírito de renúncia.

Ivon Costa residiu dois anos na Alemanha. Em seguida mudou-se para Paris, onde exerceu a função de intérprete de cinema, na Paramount. Em todos os lugares por onde passava, deixava as sementes da Doutrina dos Espíritos. Também participou do Congresso Internacional de Espiritismo, em Haia, Holanda. Em 1932 Ivon Costa retornou definitivamente para o Brasil, passando a residir em Porto Alegre, onde clinicava gratuitamente.

Podemos afirmar que Ivon Costa foi o espírita que mais excursionou no propósito de propagar os ideais reencarnacionistas, sendo a sua tarefa muito semelhante àquela desempenhada pelo grande tribuno Vianna de Carvalho.

Da bibliografia de Ivon Costa, consta o livro “O Novo Clero”, e da sua obra missionária resultou a fundação de elevado número de sociedades espíritas em todo o Brasil.

Dr. Aristides Maltez



Filho de Francelino Pereira Maltez e de Amélia Guimarães Maltez, nasceu na cidade de Cachoeira, no estado da Bahia, em 31 de agosto de 1882, onde iniciou seus estudos em 1890, concluindo-os em Nazaré das Farinhas, também cidade do recôncavo baiano.

Bacharelou-se em Ciências e Letras, em 1902, no antigo Ginásio da Bahia. Foi aluno laureado e distinguiu-se, durante sua vida de magistério, como professor de preparatórios, ensinando grego, latim, inglês, francês, português e ciências físicas e naturais.

Em 1903, ingressou na Faculdade de Medicina do Terreiro de Jesus e, concomitantemente, convidado pelo Governo do Estado da Bahia, lecionou grego, latim e português, no Ginásio da Bahia, até 1937, tendo ensinado a diversas gerações. Fez um curso brilhante, na Faculdade de Medicina da Bahia, formando-se em 1908, tendo sido o orador oficial da turma. Era considerado orador primoroso, ora comovente, ora empolgante, lírico e, quando necessário, buliçoso das massas. Após sua formatura, viajou, em 1911, para os Estados Unidos da América do Norte, onde se especializou em Ginecologia e Obstetrícia. Em 1932, após invulgar trajetória e brilhante concurso, assumiu a cátedra de Ginecologia na Faculdade de Medicina da Bahia. Teve cinco filhos: Luiz Maltez, Guilherme Maltez, Carlos Maltez, Aristides Maltez Filho e Jorge Maltez. Hábil e primoroso cirurgião, dos maiores de sua geração, tendo, inclusive, idealizado técnicas cirúrgicas.

A maior realização de sua vida, como pioneiro na luta contra o câncer, no Brasil, foi a idealização, no final da década de 20, da construção de um Instituto de Câncer para a Bahia, visando, especialmente, atender às mulheres portadoras de câncer do colo do útero que, por falta de acomodações adequadas, viviam à míngua nas portas dos hospitais.

Conseguiu a consumação de seu ideal com a fundação da Liga Bahiana Contra o Câncer, em memorável sessão, em uma ensolarada manhã de domingo ― dia 13 de dezembro de 1936 ― juntamente com 52 abnegados companheiros, com maior destaque para o Prof. Ruy de Lima Maltez.

Esteve sempre voltado para a atenção à população carente, bem expressado na frase que, até hoje, marca todos os limites de sua instituição, ao proferir oração, no ato da instalação: “Esta é a lâmpada da caridade que jamais se apagará no coração dos meus seguidores”.

Contando com o apoio do Governador do Estado da Bahia, na pessoa do interventor Landulpho Alves de Almeida, e da sociedade baiana, conseguiu adquirir a Chácara Boa Sorte, em Brotas, por trezentos contos de réis. Ainda nos idos de 1940, começou a ser erigido o Instituto de Câncer da Bahia.

Mais uma vez demonstrando sua elevada sensibilidade para com o social, na ocasião do lançamento da pedra fundamental, proferiu a frase: “A semente de carvalho está lançada. A sua sombra não será, porém, mais para mim; servirá, sim, para dar abrigo aos cancerosos pobres da Bahia”. Nos idos de 1943, sem que estivesse a obra concluída, veio a falecer o eminente professor, no dia 5 de janeiro. Seus pares, em memória ao idealizador e realizador da obra, decidiram denominar o Instituto de Câncer da Bahia de Hospital Aristides Maltez, que começou a funcionar em fevereiro de 1952 e somente foi concluído, em 1984, graças ao arrojo e à elevada sensibilidade do, à época, Governador do Estado da Bahia, Antônio Carlos Magalhães.

Dr. Aristides era e continua sendo espírita.

Pai João



Segundo os relatos do próprio Espírito, na época da escravidão, existia no bairro de Mussurunga a extensão de um quilombo localizado na região de Itapuã onde ele assumia funções de conselheiro e curador. Conciliador e amoroso assim como de uma sabedoria sem tamanho, demonstra-nos a sua grandeza moral com a doçura das suas falas. Termina sempre seus memoráveis diálogos oferecendo-nos uma “estrelinha de jasmim”.

O Índio



Pouco se sabe sobre esta entidade a não ser o fato de ter sido pataxó. Está sempre presente nas atividades de desobsessão e de ajuda a enfermos. Termina sempre seus memoráveis diálogos oferecendo-nos uma “estrelinha de jasmim”.